domingo, 1 de setembro de 2013

Mulheres que trabalham em esquema de plantão correm risco de infertilidade



Distúrbios do ciclo menstrual e mais chances de desenvolver problemas de fertilidade são dois dos principais efeitos provocados pelo trabalho em mulheres que atuam em plantões. Profissionais grávidas que trabalham em turnos noturnos também correm mais riscos de sofrer aborto espontâneo. As descobertas acabam de ser divulgadas por pesquisadores britânicos da Universidade de Southampton e alertam para o perigo de uma rotina profissional com horários desordenados.

A pesquisa ouviu 119 mil mulheres do Reino Unido e descobriu que as que se dividem em turnos têm 80% mais dificuldades para engravidar, do que aquelas que trabalham oito horas por dia, de segunda a sexta-feira. Os problemas de saúde, porém, não estariam ligados estritamente ao trabalho, mas sim ao desajuste da rotina quando ela não se adapta aos horários dos plantões. "Profissionais que fazem turnos dormem pouco e o corpo desenvolve ações que não estão de acordo com o relógio biológico", explica o pesquisador titular do estudo, Linden Stocker.

Trabalho x Saúde
O cientista lembra, no entanto, que hábitos simples podem ajudar o corpo a lidar melhor com a carga de trabalho em horários pouco convencionais. "Manter um peso saudável, fazer atividades físicas e comer bem são ainda mais importantes para quem trabalha em turnos. Apesar disso, esses fatores são frequentemente negligenciados pelas mulheres", conclui ele. As tarefas da casa e as obrigações com os filhos, segundos os pesquisadores, continuam aparecendo como prioridades mesmo quando os horários estão trocados.

Diminuir o estresse, porém, é função ainda mais obrigatória para quem vive essa rotina, alertam os especialistas. De acordo com a médica Nieca Goldberg, perita em assuntos ligados ao sono, dormir de sete a oito horas por dia é uma meta que não se pode perder de vista. Caso pareça impossível, Goldberg recomenda então pequenos cochilos durante intervalos do trabalho e lembra ainda da importância da cooperação entre os colegas que dividem o mesmo turno. "Se essas soluções não estiverem ajudando, você deve fazer algumas mudanças no seu local de trabalho. falando primeiro com seu chefe ou departamento de recursos humanos. Como o custo de manter um funcionário feliz e saudável é menor do que o de fazer uma nova contratação, algumas empresas estão abertas a ajustar a rotina", diz a especialista com otimismo.

GNT