domingo, 28 de outubro de 2012

Indução da ovulação é mais uma opção para casais que querem engravidar

Atualmente, existem inúmeros tratamentos contra a infertilidade. Alguns cirúrgicos, como a histeroscopia e a videolaparoscopia, outros mais especializados, como a fertilização in vitro, a inseminação intrauterina ou artificial e a relação sexual programada. Tanto no coito programado quanto na inseminação uterina, há uma etapa fundamental, chamada indução da ovulação.


A indicação da indução da ovulação é bem específica: casais em que a mulher tem dificuldade para ovular, mas que possui tubas uterinas e sêmen normais. São mulheres com ciclos irregulares e que ficam mais de 40 dias sem menstruar. Algumas chegam a ficar até um ano sem menstruação. Uma das principais causas é a síndrome dos ovários policísticos.

Veja que não há benefício em simplesmente induzir a ovulação nas mulheres que já ovulam para "estimular mais um pouco". É comum vermos pacientes que tomam os chamados "indutores da ovulação" por conta própria sem acompanhamento médico e, consequentemente, muitas vezes sem resultados. Essa atitude é precipitada, não aumenta as chances de gravidez e acaba gerando maior ansiedade no casal. A avaliação completa da mulher e do homem é fundamental, já que muitas vezes há problemas nas tubas ou no sêmen, o que torna este tratamento ineficiente.

A taxa de sucesso por tentativa é, em média, de 10 a 15%Como funciona o tratamento

A indução da ovulação pode ser dividida em duas etapas: a estimulação ovariana e o desencadeamento da ovulação. A primeira etapa é feita com medicamentos como o citrato de clomifeno (via oral) e as gonadotrofinas (via subcutânea). O objetivo é promover o crescimento de folículos nos ovários para aumentar as chances da liberação de um, dois ou três óvulos para serem fertilizados pelos espermatozoides. As mulheres iniciam as medicações no começo do ciclo menstrual, quando os folículos ainda são pequenos.
A chance de o casal engravidar de gêmeos gira em torno de 10% quando a mulher engravidaEm seguida, monitoramos o crescimento dos folículos com ultrassonografias e, quando atingem um determinado tamanho, administramos o último medicamento para maturar os óvulos e programar a ovulação propriamente dita. Orientamos o casal a ter relações sexuais cerca de 36 horas depois, próximo à ovulação. O teste de gravidez é realizado após duas semanas. O tratamento costuma durar 15 dias.
Isso não significa, é claro, que a mulher terá uma gravidez garantida. A taxa de sucesso por tentativa é, em média, de 10 a 15%. Essa chance pode ser maior ou menor de acordo com a idade da mulher e tempo de infertilidade. Além disso, alguns hábitos podem favorecer a gravidez:

•Peso saudável

•Dieta equilibrada

•Exercícios regulares

•Baixo consumo de café e bebidas alcoólicas

•Largar o cigarro

•Reduzir o estresse.

Vale dizer que a chance de o casal engravidar de gêmeos gira em torno de 10% quando a mulher engravida. Entretanto, não há evidência médica mostrando maior incidência de malformações nas crianças geradas por coito programado. Assim, a incidência é semelhante à da população em geral e varia de 2 a 4% dos bebês. Complicações gestacionais também são infrequentes, já que o método se assemelha muito à concepção natural.

Os principais efeitos colaterais são ondas de calor e alterações visuais transitórias, desconforto abdominal e náuseas. Esses sintomas param quando é interrompido o uso das medicações.

Sabendo-se que a taxas de gravidez variam de 10 a 15% por tentativa, muitos casais acabam tentando duas ou três vezes até terem sucesso. Se, mesmo assim, a mulher não engravidar, partimos para tratamentos mais complexos, como a fertilização in vitro.

Renato Tomioka