sexta-feira, 6 de maio de 2011

As vitaminas antioxidantes na prevenção do envelhecimento

A procura das razões que nos fazem envelhecer e adoecer nos levou à formulação da teoria do chamado estresse oxidativo. A nomenclatura estranha nada mais é do que a lesão contínua e crônica de nossas células provocada por radiações ionizantes, luz ultra violenta e até pelo próprio oxigênio que respiramos, ou seja, viver e manter a vida geram naturalmente os famosos radicais livres. E não há como viver sem produzi-los.

Essa lesão contínua provocada pelos radicas livres é a base da teoria mais aceita até o momento para explicar o envelhecimento e as doenças crônicas.

Com base nessa teoria do envelhecimento, nada mais natural do que tentar minimizar os efeitos do tempo em nossas vidas e em nossa saúde utilizando substâncias com efeito antioxidante. Entre elas, as mais estudadas são as vitaminas C, E e carotenóides precursores da vitamina A. Mas o resultado não seguiu a lógica desse raciocínio e foi um banho de água fria em nossos sonhos de prolongar a juventude.

A maior vedete das vitaminas antioxidantes já havia sofrido um grande abalo em 2005, quando um estudo publicado na revista Annals of Internal Medicine, analisando 136.000 pacientes, revelou que doses iguais ou superiores a 400UI de vitamina E poderiam aumentar a taxa de mortalidade por todas as causas e deveriam ser evitadas.

Muito antes disso, o beta caroteno, muito utilizado em fórmulas vitamínicas milagrosas, já demonstrava seu poder deletério ao aumentar a incidência de câncer de pulmão, de acordo com os dados do estudo ATBC – The alpha-tocopherol, beta carotene câncer prevention study group, publicado no New England Journal of Medicine. A pesquisa chegou a ser interrompida muito antes da data programada devido ao aumento da incidência de câncer de pulmão e da taxa de mortalidade dos pacientes que tomaram o suplemento. Os autores chegaram a conclusão que esse carotenóide não deveria nunca ser utilizado em cápsulas vitamínicas.

Para reforçar o coro contra os suplementos vitamínicos, em fevereiro de 2007 uma publicação da revista American Medical Association resumiu em uma grande revisão os resultados de nada menos do que 385 trabalhos científicos com 232.600 pacientes, avaliando o efeito antioxidante dos suplementos vitamínicos sobre a taxa de mortalidade por doenças em geral. O resultado só vem confirmar os estudos anteriores: “o tratamento com beta caroteno, vitamina A e vitamina E pode aumentar a taxa de mortalidade. Não há evidência de que a vitamina C possa aumentar a longevidade. O papel potencial do selênio ainda necessita de futuros estudos.

Todas essas evidências são claras em nos demonstrar que essa teoria do envelhecimento pode até ser verdadeira, mas infelizmente ainda não alcançamos o elixir da longa vida nas cápsulas vitamínicas.


Blog Comer Sem Culpa