quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Analgésicos na gravidez podem causar problemas de infertilidade no bebê, diz estudo

Durante a gravidez, tudo o que você consome, seja em relação à comida ou a remédios, tem um impacto na saúde do bebê. Agora mais um estudo alerta sobre o risco que alguns medicamentos podem oferecer. Uma pesquisa realizada por cientistas da Dinamarca e Finlândia, publicada na revista científica Human Reproduction, revelou que analgésicos leves, como paracetamol, aspirina e ibuprofeno (até então considerados seguros na gestação), podem ser responsáveis por parte do aumento de distúrbios reprodutivos do sexo masculino nas últimas décadas.

Resultados da pesquisa feita com 834 mulheres da Dinamarca e 1.463 da Finlândia mostraram que aquelas que usaram mais de um analgésico simultaneamente (como o paracetamol e o ibuprofeno) e, principalmente, que o tomaram durante o segundo trimestre da gravidez tiveram mais chance de dar à luz filhos com criptorquidismo. Ou seja, quando os testículos não descem. Esse problema é um fator de risco para a infertilidade - pela baixa qualidade do sêmen - e câncer de testículos no futuro.

Para comprovar essa relação, os cientistas fizeram uma análise com ratos, e o resultado mostrou que, de fato, os analgésicos prejudicam a produção do hormônio masculino testosterona durante o período crucial da gestação, quando os órgãos sexuais dos meninos estão se formando. Segundo os pesquisadores, mais da metade das gestantes de países ocidentais relatou o consumo de analgésicos leves.

Segundo Eduardo Cordiolli, obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP), não é preciso alarde, mas o estudo só reforça o que você já sabe: qualquer medicamento durante a gestação, seja um comprimido ou uma pomada, só pode ser usado com o aval do seu médico. “A gravidez é um período de observação, cuidado e atenção e só o especialista é quem pode avaliar o risco-benefício do remédio que a grávida terá de tomar. Há situações, como uma dor de cabeça, em que a mulher pode optar por tratamentos alternativos, como a acupuntura”, diz.



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